sábado, setembro 16, 2006


Heiner Schmitz
52 anos
Nascido a 26 de Novembro de 1951
Primeira fotografia efectuada a 19 de Novembro de 2003
Falecido a 14 de Dezembro de 2003
Hamburgo Leuchtfeuer Hospiz

Heiner Schmitz viu a mancha na tomografia do seu cérebro. Compreendeu imediatamente que não lhe restava muito mais tempo. Schmitz é um comunicador nato, de expressão fácil e raciocínio imediato,não sem profundidade. Trabalha em publicidade. Nessa área, em circunstâncias normais, está sempre toda a gente bem disposta. Os amigos de Heiner não querem que ele esteja triste, querem distraí-lo. No hospital põem-se a ver futebol com ele, como sempre. Cerveja, cigarros, uma festa no quarto. As miúdas da agência trazem-lhe flores. Muitos aparecem acompanhados, para evitarem ficar sozinhos com ele. Sobre o que é que se conversa com um condenado à morte? Há quem lhe deseje as melhoras ao despedir-se. “Vê lá se te pões fino, pá!”. “Ninguém me pergunta como é que me sinto”, diz Heiner Schmitz. “Estão todos borrados de medo. Aquelas conversas embaraçosas sobre isto e aquilo. Eh, ainda não toparam? Eu vou morrer! É esse o meu único pensamento em cada minuto que me encontro sozinho”.

9 Comments:

Blogger Ana said...

as palavras são curtas e sem contexto suficiente que dê sentido ao que se sente ao ler o texto.
Quero ver a exposição embora a sinta como uma picada de cobra que desconhecemos o veneno, seguramente que será uma exposição de uma força incrivél mas também será uma exposição tocante pois desce ao mais profundo dos medos...

27/9/06 03:59  
Anonymous Anónimo said...

Expressão fina de quem aproveitou a vida naquilo que existe de melhor.. amigos, divertimento e loucura sã ou não. Pouco mporta. Também podemos amar de olhos fechados!

28/9/06 03:47  
Anonymous Anónimo said...

a alegria transparece durante a vida, a tranquilidade na morte,esta questão deixa-me uma dúvida. Em qual das fases é que estaremos em paz connosco!

29/9/06 08:25  
Anonymous Anónimo said...

é o nosso destino... *a morte*
por mais que custe e seja dolorosa ninguém se consegue livrar dela...
mas se temos direito á *vida*, porquê tanto sofrimento??

29/9/06 08:34  
Blogger Mónica Almeida said...

A MORTE é festa para qualquer doente terminal, é a paz, é o fim de um doloroso sofrimento...

Só quem já acompanhou de perto uma pessoa que amava incondicionalmente e teve de rezar para que ela se fosse de vez, consegue entender a importância da morte como acto de triunfo, de vingar a vida...

Pior deve ser a consciência do "vou morrer", mas isso é puro malefício social, o drama que as religiões construiram em torno da morte, tornando-a infernal para os pecadores...

Fora credos, morte é apenas o reinício do ciclo: retornar ao conforto de um vazio... seja ele qual for!

2/10/06 12:57  
Anonymous Anónimo said...

A morte deverá ser mais dolorosa para quem fica.... uma sensação de vazio avassaladora e que não acaba nunca, ainda que tenhamos consciência que o sofrimento de quem amamos finalmente acabou!!

3/10/06 09:24  
Anonymous Anónimo said...

Quando alguem nasce, não estará essa pessoa já condenada à morte? Qual o sentido de nascer tendo em conta que vamos morrer? Não o escolhemos, é certo, mas então porque escolhem por nós? Muitas vezes penso que os meus pais me condenaram À morte, ao sofrimento, ao vazio. Não pedi para nascer, porque me fizeram isto?

3/10/06 11:02  
Anonymous Anónimo said...

É mais fáçil falar do que conhecemos, a vida. Cada um deve escolher o momento em que considera que o outro lado pode ser a libertação

9/10/06 15:53  
Anonymous Anónimo said...

A vida é uma dádiva de Deus, um empréstimo do qual nós temos e devemos aproveitar ao máximo cada dia que passa, dar valor a tudo o que nos rodeia porque a morte é garantida.

16/10/06 09:29  

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